domingo, 8 de novembro de 2020

Inevitável

Inevitável
Seriam amenidades
Nesta hora sacra
Quando o tempo
Pede silêncio.
Onde o que faz
Barulho insiste
Em dormir,
Enquanto domina
A voragem por teu olhar
Cintilante de primavera
Ensolarada.

Então o tempo
Não vale.

Não houvessem
Tantos meios de
Inevitar a comunicação
Nos falaríamos e,
Nos calaríamos
Aqui, lá.
Em toda parte,
Metade.

Também o silêncio
Não vale.

Nas estradas de sonho
Durante a ditadura
Da inconsciência
Sem direção
Sem dimensão
Imagens mortas.
Fusão. Realidades tortas.
Ainda distantes
De verdade.

Assim então
Nem o sonho vale.

Recomenda-se
Certas distâncias, 
Mesmo que secretas
Da janela de ver o mundo
O céu no turno das estrelas
E se o coração bate distante,
E encontra por acaso
Um atalho que seja.

A distância
Passa a não valer.

E assim como
No caso da distância,
A memória,
O porvir,
O presente,
Fórmulas mágicas
Nada valem.

O que vale,
Acima de tudo:
Saber de astros.
Se cruzam,
Se encurvam,
Se escrevem
Apesar de tudo.

O que vale
É este chamado
Às nossas almas
Para a nova
Ordem de viver
Sem direito de 
Querer pensar.
Só viver
Vir eu
Virar você.
A velha, 
A nova idade.
Vaidade
Sem sobras.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

flor e ser

ser flor sem floreios,
ser sem rodeios,
um pé no barro
outro no esteio

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

vida encontro arte

A vida é a arte do encontro
A vida é o encontro da arte
O encontro é a arte da vida
O encontro é a vida da arte
A arte é a vida do encontro
A arte é o encontro da vida.

sábado, 18 de julho de 2020

vide bula

E mesmo a vontade
imensa de te ver
passou
a necessidade de esperar,
com paciência mas em vão.

De vão em vão
se vão dias 
de nossa re-existência
inabitada de corpos e dores
cheias de copos e cores
que eu já sei enumerar 
de cabeça erguida.

De joelhos dobrados
esperando clemência.
Um instante de calmaria
entre tanta decadência.

Vide Data;
Vide Verbo:
Vide Verso;
Vice Versa.

Mais de um analgésico
e a dor sumiu,
logo ela tão imensa
tão intensa em
em seu desejo de ficar
dia e noite
noite e dia.

Mas bem cedo
hoje chega o fim.

sábado, 11 de julho de 2020

Anexo 5 - Peste

E eis que com grande fúria
abate-se uma grande praga
que pode ser a destruidora de todos nós.

Logo de esquina
uma garrafa de café
para banhar os beiços.

Olhos atentos,
ouvidos distraídos,
E a vez de se chegar nunca chega.

Não...
dessa vez o trem passou,
E por cima das ilusões.

Há sempre um grande número
de casos de suspeita
de qualquer coisa.

Entre os objetos da parede
há uma tv,
tela e planos enjambrados.

Chuvas de letras e sons e imagens
que colorem a parede para dentro,
spray luminoso de nervos e lágrimas.

Luzes de baixo teor caótico
dão as boas  vindas ao perfeito,
mas o trem da perfeição passou.

O que se vê são
umas sobras deste tempo
apenas ruídos estáticos.

Objetos de decoração
a serem esquecidos
em uma lata de lixo qualquer:

Medalhão do arcanjo Miguel,
pôster dos Beatles,
foto do time campeão e gente nua.

Ondas de baixa frequência
a nova geração do que sobrou
da humanidade em mim.

Mais alguns segundos
e saberemos de quem
depende todo o resto.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Anexo 4 - Sem Notas

No rádio toca sem parar
Um samba amordaçado
Pelo silencio de Deus,
E dos veículos de transmissão
Na intoxicação gerada
Pelas cartas de amor
Jogadas ao mar.
Em garrafas plásticas.

Cantava mais esperança
Do que medo:
Soltava seus lamentos.

Se era erudito
Se era audito
Se era maldito

Problema de quem
Canta essas canções
Sem emitir um pio.
Canto de estar atormentado!!!

O fogo que queima
Em duas mão geladas
Demonstrando medo
se desmonta em medo.

Voz que clama,
Fazendo asiprações.
Voz que chama,
Freando corações.
Voz que ama,
Figurando central.
Voz que ousa crer
Fazendo-se inalcançável.

A melodia se repete toda
O mote segue a noite
As histórias recomeçam
Os ecos repetem nota por nota.

As veias da cidade
Entupidas de carros,
Leitos de leites derramados.
O dia torna nascer,
A muito custo cansa.
Causa impressões passadas
Sem direção.

Seu desejo de tudo.
A sua imagem aberta.
Seu desejo mudo.
As flores do forno.

Pétala por pétala.
A voz perde a a cor,
A cidade perde suas estações
As cores perdem o silencio...
Silencio...

domingo, 31 de maio de 2020

reciclos

Saímos.
Fomos.
Voltamos.
Entramos.



Mas onde é que estamos?

sábado, 30 de maio de 2020

Barato pra caramba

...Vendo uma nova
Realidade;
Isenta de conflitos
Isenta de verdade...

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Que tem o se?

Fosse um cara diferente,
Do bem de estar
Por causa das lembranças
Em casa enquanto
As paralelas se viram

Fresco e à vontade
Por ser do contra.
Mas, e mais sempre
Em maus lençóis.
O desgastante 
Modo de se vestir,
Pior ainda o jeito
De expor uma ideia mínima.

Notas de dois mil e vinte
Para comprar o que
Ninguém quer vender
Rodapés trancados na gaveta
Da sala de ser.

De uma vontade 
De estar em cada volta 
Em que a nossa cara 
É diferente do bem como é.

Ou menos assim, 
Uma coisa nem legal
E nem moral..

Coisa de apodrecer o dia 
Partido em cada palavra.
Alguma coisa que
Não engana
Nem deixa voltar ao normal

domingo, 26 de abril de 2020

Chama de Estrela

Muito pelo contrário.
Ela sempre gostou
Das coisas simples.
Simplesmente assim.
Era de passar as horas
Companheira de si.
Só.
Costumava perguntar pelo caminho
Só para ir na direção contrária.
E se para o povo do dia soava estranho
Era sua maior estratégia
Sua maior estrada
Modas e moedas não são apontadas no meio de estar
O seu nome diante do espelho
Era uma afronta
Contra a tradição
Em que a maioria esteja satisfeita
Com seu não resultado
Baseado em coisas
básicas
Era sim
Assim
Sem avisos
Ameaças
Afinal
Sabe que as coisas
Vão sair
Do seu jeito perfeito....
Só os seus olhos fechados
É que traz em cada
Pelo um pólo positivo
Uma correnteza
Perpétua
Perfeita

sexta-feira, 24 de abril de 2020

é dose


Tivesse eu as portas do planeta,

finais de semana,
Todos os oceanos ou
do único jeito de viver. 

Ninguém sabe que por isto é
que lhes chamo estrelas e tal.

É aquilo que se quer?
Ou ainda uma dose de martini,
dizendo que o que se segue
é a água que não dura?

Como a beleza,
Que não passa
de uma história que
não te fiz entender.

Nem tão isso.
Porque,
Quem me dera,
ao fundo,
você ao menos soubesse...

Porém há certas coisas
poderiam esperar pra simbolizar a paz...

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Genese

Impressão minha ou importada
Mas nem a nossa mãe ligou
Para o clamor das imediações
São palavras litúrgicas
de cura e de maldição

Estou pensando
em algum destino tirano
Ferroadas sangrando sorrisos

Até quis a morte
mas a taxa de juros para encenar O suposto último drama apenas cresce, ok?

Como me disseram sim,
me fiz contente,
consolado,
por cima,
mas tenho apenas a iluminação
Das cores em movimento

FIM

A próxima gênese
vem pelo caminho
O mundo e modos antigos,
talvez jamais entendamos

- porque, agora -

a vida parece tão no lugar
que perdeu a paz.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

vertigem

Ei, como está soando
Olha como vive sonhando 
Olha como está puxando,
Você sabe o que? 
O sol continua brilhando, 
Através da chuva empobrecida.

Nós estamos indo?
Onde está o caminho do relógio?
Tic-tac ... 

Uma praga que se espalha 
E vem tocando 
E vem puxando 
você sabe qual caminho ir agora...

Se sente cansado de vagar,
Acha mesmo que estaremos esperando
Até já estar mortos?

Limpe sua vida 
Toda a sua vida ... 

Eles trarão tudo amanhã 
Nada demais para mim
Eu não aguento seus instintos.
No outro dia, sol
Recebeu "aquela" vibe
Mas nem viu nada ...

segunda-feira, 6 de abril de 2020

É um pequeno navio

É um pequeno navio
Vendo o que você só ouviu
Ninguém chega perto.

Olhe para ele trabalhando,
Sonhando sua canção:
Estética de toda
Essa conversa
De envelhecer
Jogando tudo
Para frente.
Não que ele tenha
Abalado todo o dia.

Quer dizer, você sabe,
Você pode sem querer
Vestir-se de novo.

Talvez veja você louco
No romper da aurora
estar lá para baixo.
 
Escute, não me abandone ...

Você sempre foi justo comigo
mesmo que eu tenha
sempre que reconhecer
Parece que é sempre mais....

domingo, 5 de abril de 2020

ida atenta

Minha ida anda sempre atenta
Às visões gritadas
Abrasivas ao tato.
Observo e absorvo o absurdo
O verso do inverso..

A mente quando mente
Aumenta
Normal
Mente.
E fecha as janelas da minha alma
E a escancara na lama.
Natural
Mente.
Sem sofrer
Inevitável
Mente , e para o bem...

Quem sabe se é 
Por se saber que:
No fundo os sábios
Ocasionam
A cópia das coisas que seriam.

Não se define o haver
Do tempo em que ser é esquecer.
Perdão!
Esquecer que é ser,
Esse que é ser 
Esquece

quinta-feira, 2 de abril de 2020

not over

Não acabou.
Eu ainda tenho o sol voltando
para casa.
Não é certo dizer certas
coisas proibidas como elas.
Você ainda não acabou,
Nem eu estou quebrado.
Só não sou justo comigo 
mesmo quando outros caem.
Nem quando corro
com pés esmagados.
Portas mágicas abertas
Quero ver esse seu mundo bobo,
Quando o mundo descobrir
O que o tolo diário disse:
O que é bom para você e
parece complicado demais
para mim.

Oh Senhor!
Problemas tão difíceis, ninguém aparece ou se aproxima.
Ei, criança,
Olhe pela janela,
Eles a conhecerão
Vestindo um rosto
Mantido num pacote.
Você é um pedaço de tempo
Que ainda não pode ser meu,
Eu me sentiria melhor morto...

Cada dia passa mais rápido
e minha viagem rola
Ninguém diz que você tentou subir
querida.
E, talvez você esteja indo para baixo
sem perceber para chegar até eles.
Eles se sentem com prazer,
sexies e loucos.

Estética do blues,
Enquanto estamos dançando 
para voar e voar,
nós vamos abrir nossas asas e cair..

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Jor Now!

Na edição da manhã de hoje
A tristeza saiu na primeira página.
Todas as vezes que o amor é
Varrido pra debaixo do tapete de panos quentes acontece o mesmo.
E por mais confusos que os
Noticiários se apresentem para nós,
Há sempre a fria constatação:

Não existe lógica pra más notícias.
Certo é que a metade da metade da metade da cidade soube antes de mim.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

sou um com o mundo

Sou um com o mundo,
Isto é, também jazo
em leitos ignorantes
tal e qual os pensamentos
ao meu redor
Jazem em ignorancia.

Quero morrer na noite
Quando tudo virar pizza,
Ou picanha na brasa.
Essa eu quero mal passada,
sempre. 

E agora o aguardado momento:
De ver o pau cair as folhas,
tudo em questão de segundos.
amargo sorriso de língua.

Pode ser C.P.I 
Churrasqueira acesa
Pipoca de microondas
Na manteiga tudo desliza
Fácil até demais.

Não me importam 
Esses engravatados
Desde que me sirvam, tudo bem.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Agora não

É só porque não quero ainda
Descer de novo as escadas
Mas é um último esforço
Em não olhar para trás.

O deserto não me deixa voltar
Não quero voltar ao lugar
Onde nunca me reconheci
E que me tira as forças
Na vã tentativa de afirmar
Tudo aquilo que não sou.
Frases mentirosas  que
Se vão pelo ralo.

Há várias vozes gritando
Dentro e fora de minha mente
Por isso mesmo que me calo
E faço do silêncio a minha arma favorita.

Se fosse me contar suas histórias
Que personagem eu seria?
Fazer papel de que na sua vida?
Vilão, herói, palhaço, suicida?

Não me reconheço em suas mensagens
Por mais que seja viagem
De quem se distancia
E escolhe outra margem
Não olha para trás
E volta de alma vazia