terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Lógica Pura

Quando bebemos, ficamos bêbados. 
Quando estamos todos poetas e
esquecemos poesia em qualquer lugar...

Quando bebemos, ficamos entediados. 
Por que ninguém mais quer falar nada! 
Você viu, eu perdi a paciência...

A lógica pode ser prejudicial à saúde, trabalho...
Aumenta a péssima distribuição dos bens

e queixas de problemas estruturais 
existentes em nossas cidades.

A lógica pode te levar de A até B.
Embriagar-se de lógica?

Antes que alguém perceba
A lógica vai sequestrar seus fetiches literários,
seus continhos fantásticos,
e estraçalha sua poesia plástica como
num tiroteio hediondo...




ÁLCOHOL - Foto: google

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ficarei aqui

Eu escolhi escolher um lado da rua.
A minha cruz Senhor, nossas mãos.
É impossível alguém trabalhar sem ter
o direito de infringir a atenção.
Porque quem ama, nunca experimentei.
Mas tive sorte por
ser um livro sobre meus dias de vida 
passados numa TV qualquer em
que descobri:

"Bem-aventurados os que se vão,
porque ficarei aqui"

Espero frutos?
Não necessariamente,
Signos, talvez, dos bens porque me comparo.
Tiro a glória da minha mão trêmula.

Chamem o SAMU!!!!
Chamem de mandamentos acima
Chamem os poetas que deixaram a ideia de sofrer.

E como é duro andar na rua:
Vi uma senhora precisando
ser pensante e sentinte a cada momento.
Síndrome de viver. Mas por cima.
Só pra impressionar a outros que sequer gostamos.
Talvez só pra dizer também.

Se for, você pode escrever um livro:
rios, cemitérios, pontes e hospitais.

Já não chamo de viagem para Nárnia
Eu chamaria de ficar, morrendo,
E hoje foi sem pena.

Pra quem quiser, tenho memória sim...
Vocês podem ver...



Estação Lagoinha - BH - Foto: Eduardo Guimarães


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Para que haja alguma coisa...

..."All I ever do is all that I've seen 
a quietly whisper from you.
When my way is the remedy,
I always run it like poison"...
(The Rotting Leaves, p.66)

Para ganhar
sempre o mesmo, 
e dizer o que?

Se não, 

Só mostrar,

Fascismo. Religião. Fábricas.
Feridas no tornozelo de cada cidade.
Comunicados de medo voraz
que sempre atuam
pelo atraso do futuro grande poema. 

Quem acha que atirar pelas costas é violência
visite o próprio orgulho...












segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

ordem de viver

Escrevo algumas coisas
sobre faixa etária,
ser sozinho...
ter preguiça.

Li nesta manhã mesmo, 
na frente do Céu, 
um carbono amassado,
um branco precipício,
sem eufemismos,
metáforas nem fundos.

Descrevo algumas coisas.
Florestas onde andei 
e encontrei,
das plantas que alçavam 
níveis nunca sonhados.

Nada contra a solidão...
Quase sempre nada.

Essa mensagem,
pensei ser fumaça preta.
O que tens a dizer? 
quer mostrar que sobreviveu...

Escritor que progride.
Uma página, dezoito paginas, 
trinta páginas, sessenta paginas, 
oitenta páginas.
Com elas quer se defender. 

Exilado no box do apartamento
centro do dia, meio da cidade
Também tem data, validade, 
ISOS e selos do INMETRO

Explico, falo alto, 
deposito em prateleiras
quase não sinto nada... 

Vamos viver.
Só.




Foto: Google Imagens

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Sobre cartas de amor

Se a psicologia comportamental
fizesse as tais descobertas sobre
o motor que bate dentro de uma gaiola .
Seriam divulgadas em revistas
como em posts
sobre quem ainda escreve cartas de  amor.
Descartadas,
logo a seguir, seriam
compartilhadas nas ruas,
em paredes de vidro,
nos edifícios do centro.

"DESGOVERNAR POR AMOR,
ESQUERDA - DIREITA"

Perdeste o trem?
-mais uma pergunta- 
É noite escura,
Querendo parecer natural
uma bala perdida mataria minha textura,
como câncer.

Porém,

É só mais um bilhete seu.
Triste.
Como quem quer provar de tudo
e chamar de amizade.
Dizendo tudo o que já sei de cor, 
O que não quero e nem vou falar.
Não quero pesar feito um amor que já li. 

O único critério para continuar:
Abra a porta e retire-se.
Caminhe pelas ruas,
mas olhe bem para os dois lados...







Av. Afonso pena com Espírito Santo - BH - Google















sábado, 30 de novembro de 2013

Consolo de sábado de manhã (Se Drummond ainda estivesse vivo)

Vamos, não chores.
A infância está offline.
Em um ambiente sério. Simples.
Você também está sem internet há um mês.
Sente-se com um livro sobre a mesa,
filmes, novelas, padres e Friends (sério?)
repetindo, de novo, na TV.
Um disco de samba arranhado
tinha o seu nome.

Ainda é tempo. Desperta!
Vamos beber e ir para o mar...





Fonte: Google, quase sempre...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Indestinos

Bela voz essa a do destino.
Beleza não compreender,
que ele já havia chamado por mim
a gente não vê porque é isso mesmo
Procuro explicar o mundo
a todas as grandes massas que não percebem as coisas tão simples,
e as transformam num sentimento de exorcismo, arte e fogo.

Pense em alguém que tenha votado errado pela cidade.
Num dia assim, debilitado,
(um cadáver, coitado, em fevereiro)

É outra coisa.
é porque não sei
onde estão os versos esquecidos.

verdade:
- não perco, procuro -

Alguns estão com frio,
outros:
são cenas dos próximos capítulos
da substituição da narrativa pela informação nas religiões,
e nas coisas que não sei compreender...

Eu saí da próxima batalha
com 50 tons de medo.

A esperança é um projeto esquecido...






Fonte: Google






sábado, 23 de novembro de 2013

gravação

Pus uma roupa nova
Sou gravado de amor
De amor que nunca experimentei
não faço milagres.

Acredito em tanta coisa normal 
que se oferece como signo 
dos objetos estáticos, tarifados.

Eu sempre estou em bares 
festas, praias, pérgulas, piscinas. 
Bem,
Se eu tivesse roupas finas,
câmeras digitais, relógios sem ponteiros,
sapatos de 45 dólares.


E já que eu sou gravado de forma inocente 
corro de chinelo os próximos 3 quarteirões 
Diferente das estrelas...

Mas fui gravado de forma universal,
Saio da glória precária de acreditar 
ainda mais sem me ver, 
Nem ver os outros...


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

►►FF►►

Sinfonia de marretas talhadeiras
E outras que eu chamaria de amor.
Um gato comeu, 
E a chuva carregou,
Cadê meu amor?

Não há mais espaço para 
a grande amiga das horas.
A solidão é Coisa.
Mas não adianta fechar seus vidros elétricos 
E viajar escondido nos arquivos dos astros.

Vivo da alternância de poder ser
discriminado hoje. 
Eu sou a mesma frase desde 2001

O meu controle dos sonhos
não é a alma...





Estação abandonada de Lavras - Foto: Eduardo Guimarães

terça-feira, 12 de novembro de 2013

RG - XXI

Vejo te como mil
olhos em câmeras
de segurança.

Importuna o fato
de saber que
qualquer sopro
pode ser interrompido?

Então seus mil olhos
revelariam múltiplas
crises de identidade.

Li os livros, pichei os muros.
Tomei taças amargas,
vomitei certas palavras
que não gosto de dizer.

E mais esse vácuo de idéias.
Essa pobreza que
começa a corromper.

Só os gritos, sinos, gritos:
ritmos constantes de uma
personalidade em ruínas.






Blind and Lost - Google

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

1900 e antigamente

quando o último
vendedor de
discos-de-vinil-ouvidos
deixou a cidade,
a democracia musical
se restringiu a smartphones,
e a incômodos
em transportes coletivos,
ruídos de motor,
mais as buzinas e
sirenes de ambulância.
o que não tinha
preço e valia
uns dez reais,
não toca mais
nos autofalantes.
reviro minhas gavetas
destruo meu refúgio
pra lá descobrir
que meus discos também
não chiam mais.
sem ruídos, nem estalos.
muito melhor
se a música falasse por si, 
que sem ela

putamerda...
não há sentidos...





Discos raros já ouvidos - Centro - BH
Foto: Eduardo Guimarães


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

http

encontros desprogramados
por computador,
a vida volta nas ondas,
nos ecos de cada bit,
entre os gigas e teras
de mensagens não recebidas,
sequer enviadas, carrego
hoje, sempre o olhar fixado
em monitores de um escritório,
ou quarto, ou terceiro?
ou segundo até um minuto
atrás seria tarde.
cada tecla batida
é um passo dado rumo
à desobrigação de saber
das cores, objetos,
as coisas e seus nomes,
ou o que cai na rede.
meu processador anda
enferrujado pelo tédio
de números não calculados
e palavras não digitadas.

Reiniciar qual sistema?
restaurar que padrão?
pressione qualquer
tecla pra continuar...



Vou procurar um provedor celestial... CS&NZ
             

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Concreto, asfalto e flores

Vejo rosas,
e outras flores
que impedem 
a visão do asfalto.
O perfume espalhado
pelo vento é
nada perto da
da fumaça negra
que sai de dentro
das almas dos
automóveis
que circulam
na rua.

Preocupo-me
apenas em
regar as flores
com cuvas de insetos;
há uma seca vindo,
em que não
estarei disponível
para flores sem métrica
e nem simetria.
já que elas
não medem a
extensão do
concreto,
minha calçada.

não mais
regarei flores artificiais
nem beijarei
minha rua apenas,
sairei pelo portão
que dá pra calçada
e deixarei aberto.
entrarei num
túnel qualquer
e sumirei
ao dobrar
a primeira esquina
à minha direita


"Colher as flores que nascerem no asfalto" ENGHAW

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Buscopan com cachaça

os pneus dos carros
trepidam nas erupções
e manchas vermelhas
da pele cor de aedes.
tylenol com vinho seco:
não indicado
em casos suspeitos.

a fumaça dos caminhões 
deixa o rastro negro:
tosse, e caspas,
no couro sujo das almas  
que penam pelas ruas,
xarope de vodca mais 
dois cubos de benflogin.

mais a cólica dos infernos
corroendo as entranhas
buscopan com cachaça.
seis em seis horas,
se a febre ultrapassar
os oitenta quilômetros
por litro de gasolina.






"I got the pulsating rhytmical remedy" - The Prodigy


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Por caos, há de quê?

O "cows de Dalí",
Um causo do Geraldinho,
Um caos: o transito
O que causa o stress

Causa o fim: caos
Um início: caos
Causo encerrado

Causa...

Cows...

Por Caos...

Há de quê?...







Bem vindo ao hospício!
Morfossinta-se bem...


Google Imagens

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Lixo Baseado em Carbono

profetas dirão que é apocalipse...
mais um projeto patético:
lixo baseado em carbono.
essa mancha apenas
nos olhos da webcam,
ou uma falha de uns
ouvidos castigados,
acreditando que fosse
apenas celebração
estática: ruído branco
ondas de rádio
de uma cidade qualquer,
sem sombras a vagar
pelo chumbo cinza das ruas
pelo silencio das palavras
de fora do ultimo dicionário.

desde cedo, crianças
passam ambulantes;
foram rabiscar os avisos
que regram vidas
talvez uma; talvez cem;
poluíam o cimento
misturado com madeirite
de camas feitas de falsas
promessas de violações reais.
não houve sequer
medida provisória
pra impedir o avanço
delas, beijadas por paredes
rebocadas de barro e tiros.

nos blocos de liga de carbono
havia o concreto armado
com bombas de gás
pimenta calabresa;
uma liberava o odor
do pavoroso medo,
a luta dos covardes.
outra apenas deixava escorrer
o líquido do atrito
mecânico de duas massas,
num quarto sujo, escuro
no centro da cidade.
e depois o silencio
ofegante, entre fumos
e incensos,
sem senso de nada,
apenas ouvia-se
outra vez um ruido,
cinza de uma TV:
defeitos de fabricação.





segunda-feira, 22 de julho de 2013

Abaixo da Lua

Uma grande moeda
despontou no céu
esta noite;

Fosse o que fosse,
pensava que eram olhares
desses que sempre reprovam.

Mas não, e de novo
em desatino certo a
medalha nasceu ouro
e se tornou prata.

Em pânico, imaginou
o brilho de sorriso
alguma alma viva
que passasse na rua.

Marchava lentamente:
Contemplando avenidas repletas
de incensos, insônias,
e de luzes que enchiam a cidade.

Não era neon,
nem o arranho-samba
que um mendigo
dedilhava em cordas vocais,

No último flash de luz, via-se
um mero piscar de seus olhos
desses que sempre consolam,

E quando o poeta caiu em si
arranhou o rosto com uma valsa.
o sol despontava.
acabando com seu delírio de luas...








 Alta-Vila - BH - Google

                                                   






sexta-feira, 5 de julho de 2013

#ZeroCinco

entre a obrigação
de dissecar
as palavras
e descobrir
meu corpo
nessa fria cidade

vou me dividindo
entre as vagas
no estacionamento
das ideias

assim que os poetas
deixaram a cidade
nada de mim
também restará

o dissidente verbal
apenas um verso?

passou-se o tempo de saber...


entre...







sexta-feira, 19 de abril de 2013

Tráfegos


Veja a sinfonia,
O passeio dos carros
Lá fora
Vããoo e Vêemm
Vem em vããoo
A ver
A paisagem
Cubista de nossa
Cidade, sabemos
Que além da atividade
Humana
Nada parece acontecer...






Av. Cristiano  Machado - BHz - Google





quinta-feira, 14 de março de 2013

Banheiro de Posto

Aquela inscrição na parede
teve razão ao dizer:
"Você não vale nada."

Mas ficou gravado,
embora temporariamente. 
Nem certas mães poderiam 
rogar maior praga:
que persiga dia e noite dia.

Enquanto surge à mente:
ainda bem que mães não 
são eternas;
Por que eternas, 
tais pragas persistem;
e o martírio segue...

Firme, forte
no atropelo
do meu caminho...

terça-feira, 12 de março de 2013

Eu-mente...

Agora chove
e azar da enchente
de pensamentos

Apenas no decorrer
das coisas do quarto.
O quarto e só ele
como universo.

Dois cães imundos
brigam na calçada.
Pra onde sair?
Se aqui há violação
na telinha 3-D.

Melhor seria
não haver nada
do lado de fora.
Sol, chuva, luas,
ruas e avenidas:
somente eu!


Tudo eu!
Google eu!
Mundo eu!
Nada meu!