sexta-feira, 5 de junho de 2020

Anexo 4 - Sem Notas

No rádio toca sem parar
Um samba amordaçado
Pelo silencio de Deus,
E dos veículos de transmissão
Na intoxicação gerada
Pelas cartas de amor
Jogadas ao mar.
Em garrafas plásticas.

Cantava mais esperança
Do que medo:
Soltava seus lamentos.

Se era erudito
Se era audito
Se era maldito

Problema de quem
Canta essas canções
Sem emitir um pio.
Canto de estar atormentado!!!

O fogo que queima
Em duas mão geladas
Demonstrando medo
se desmonta em medo.

Voz que clama,
Fazendo asiprações.
Voz que chama,
Freando corações.
Voz que ama,
Figurando central.
Voz que ousa crer
Fazendo-se inalcançável.

A melodia se repete toda
O mote segue a noite
As histórias recomeçam
Os ecos repetem nota por nota.

As veias da cidade
Entupidas de carros,
Leitos de leites derramados.
O dia torna nascer,
A muito custo cansa.
Causa impressões passadas
Sem direção.

Seu desejo de tudo.
A sua imagem aberta.
Seu desejo mudo.
As flores do forno.

Pétala por pétala.
A voz perde a a cor,
A cidade perde suas estações
As cores perdem o silencio...
Silencio...

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