profetas dirão que é apocalipse...
mais um projeto patético:
lixo baseado em carbono.
essa mancha apenas
nos olhos da webcam,
ou uma falha de uns
ouvidos castigados,
acreditando que fosse
apenas celebração
estática: ruído branco
ondas de rádio
de uma cidade qualquer,
sem sombras a vagar
pelo chumbo cinza das ruas
pelo silencio das palavras
de fora do ultimo dicionário.
desde cedo, crianças
passam ambulantes;
foram rabiscar os avisos
que regram vidas
talvez uma; talvez cem;
poluíam o cimento
misturado com madeirite
de camas feitas de falsas
promessas de violações reais.
não houve sequer
medida provisória
pra impedir o avanço
delas, beijadas por paredes
rebocadas de barro e tiros.
nos blocos de liga de carbono
havia o concreto armado
com bombas de gás
pimenta calabresa;
uma liberava o odor
do pavoroso medo,
a luta dos covardes.
outra apenas deixava escorrer
o líquido do atrito
mecânico de duas massas,
num quarto sujo, escuro
no centro da cidade.
e depois o silencio
ofegante, entre fumos
e incensos,
sem senso de nada,
apenas ouvia-se
outra vez um ruido,
cinza de uma TV:
defeitos de fabricação.
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