segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Voagem

Presente bom seria mesmo,
Passar agora diante de teus olhos.
O caminho com amigos ao pôr do sol
Não seria paisagem, assim, inútil.

Apreensivo, tenho agora
O barulho do mar como castigo,
Mas é ele que me consola, do alto.

Não sei voar.
Jogo-me contra o que então?
Ao ventre? Ao açoite? De novo ao mar?

Hoje falam mal de você pra mim,
Alguém, por escolha, sendo individual.
Seja lá como for, venha se despedir.

Ou nem isto.
Deixa.
Ainda estou voando.
Deixa.

Se existe alma,
Se há outra vez para pesar
Não será má ideia ver o chão,

Como se fosse possível parar
A consciência no instante
Denominado qualquer.

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