segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Concreto, asfalto e flores

Vejo rosas,
e outras flores
que impedem 
a visão do asfalto.
O perfume espalhado
pelo vento é
nada perto da
da fumaça negra
que sai de dentro
das almas dos
automóveis
que circulam
na rua.

Preocupo-me
apenas em
regar as flores
com cuvas de insetos;
há uma seca vindo,
em que não
estarei disponível
para flores sem métrica
e nem simetria.
já que elas
não medem a
extensão do
concreto,
minha calçada.

não mais
regarei flores artificiais
nem beijarei
minha rua apenas,
sairei pelo portão
que dá pra calçada
e deixarei aberto.
entrarei num
túnel qualquer
e sumirei
ao dobrar
a primeira esquina
à minha direita


"Colher as flores que nascerem no asfalto" ENGHAW

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Buscopan com cachaça

os pneus dos carros
trepidam nas erupções
e manchas vermelhas
da pele cor de aedes.
tylenol com vinho seco:
não indicado
em casos suspeitos.

a fumaça dos caminhões 
deixa o rastro negro:
tosse, e caspas,
no couro sujo das almas  
que penam pelas ruas,
xarope de vodca mais 
dois cubos de benflogin.

mais a cólica dos infernos
corroendo as entranhas
buscopan com cachaça.
seis em seis horas,
se a febre ultrapassar
os oitenta quilômetros
por litro de gasolina.






"I got the pulsating rhytmical remedy" - The Prodigy


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Por caos, há de quê?

O "cows de Dalí",
Um causo do Geraldinho,
Um caos: o transito
O que causa o stress

Causa o fim: caos
Um início: caos
Causo encerrado

Causa...

Cows...

Por Caos...

Há de quê?...







Bem vindo ao hospício!
Morfossinta-se bem...


Google Imagens

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Lixo Baseado em Carbono

profetas dirão que é apocalipse...
mais um projeto patético:
lixo baseado em carbono.
essa mancha apenas
nos olhos da webcam,
ou uma falha de uns
ouvidos castigados,
acreditando que fosse
apenas celebração
estática: ruído branco
ondas de rádio
de uma cidade qualquer,
sem sombras a vagar
pelo chumbo cinza das ruas
pelo silencio das palavras
de fora do ultimo dicionário.

desde cedo, crianças
passam ambulantes;
foram rabiscar os avisos
que regram vidas
talvez uma; talvez cem;
poluíam o cimento
misturado com madeirite
de camas feitas de falsas
promessas de violações reais.
não houve sequer
medida provisória
pra impedir o avanço
delas, beijadas por paredes
rebocadas de barro e tiros.

nos blocos de liga de carbono
havia o concreto armado
com bombas de gás
pimenta calabresa;
uma liberava o odor
do pavoroso medo,
a luta dos covardes.
outra apenas deixava escorrer
o líquido do atrito
mecânico de duas massas,
num quarto sujo, escuro
no centro da cidade.
e depois o silencio
ofegante, entre fumos
e incensos,
sem senso de nada,
apenas ouvia-se
outra vez um ruido,
cinza de uma TV:
defeitos de fabricação.