quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

madrugada

A madrugada floresceu 
Você vai me assassinar.

Tem horas que você trabalha,
e assiste TV enfiando porcaria
ácida na flora.

Finalmente um dia
há flores sangrando
em duas mãos hediondas
sujas de tintas explícitas,
fios e pomares.

À noitinha o retorno
à mesma coisa, casa.
Você lembra de um,
e esquece do outro,
outra coisa, tinta.
O vermelho,
"a cor do guerreiro".

Sempre gostei de flores
ainda mais de armas
facas,bisturis, revólveres
e da minha dança do vento
nu,
o ventre da noite ...

A madrugada já rompeu
Você vai me acorrentar.

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