digite o número de segurança
ele dirá sempre a verdade.
mas eu sou metade máquina
olhe meu relógio, nunca para,
nem por cansaço
nem por perdão
e se sou metade máquina,
não sinto o confortável passar
desse tedioso e relativo tic tac
sem verdades, sem mentiras
só a contínua batida do ponteiro,
que não tem corda
que não tem volta
sendo eu metade máquina
perdi vontades que nem tinha
me ligam cedo, me alimentam
porque nosso valioso capital
esse mesmo que compra almas,
me fez o que sou
cadáver que sou
meu motor solitário de máquina
acha absurda a ideia de ser
o que foi programado para ser
e na sua arte de esquecer,
fica apenas com o que resta,
só corpo e memória
só curto circuito
Santiago Caruso - "Arcimboldo's Syntagma" - Deus ex Machina http://galleries.santiagocaruso.com.ar/personal-argot.html |
Nenhum comentário:
Postar um comentário