para abrir os olhos,
e ouvir um megafone,
e tomar consciência:
Eu sou uma farsa
-a maior das fraudes-
As relações andam estreitas
como o sol anda perto de
plutão.
O maquinário está desatualizado.
A graxa das engrenagens
já secou há tempos.
Nunca vão funcionar
como antes.
Sou como um mosquito
viciado em veneno,
viciado em outras palavras.
Não vão matar,
talvez entorpeçam,
e tornem a luz das cidades
mais brilhantes do que a
iridescência binocular de minha alma.
Desconecto do seu interior
para desemborcar
uns versos como
se urinasse numa piscina,
ou como uma senhora que
lava a calçada,
a água nunca acaba?
As fontes pararam de
jorrar ha tempos.
nenhum tipo de formatação
vai me livrar de
um anúncio per-verso como este:
O desconector foi conectado.
"deus ex machina" - BH - foto: Eduardo Guimarães |