sexta-feira, 14 de março de 2014

desconector conectado

Acordei mais cedo,
para abrir os olhos,
e ouvir um megafone,
e tomar consciência:

Eu sou uma farsa
-a maior das fraudes-

As relações andam estreitas
como o sol anda perto de
plutão.

O maquinário está desatualizado.
A graxa das engrenagens
já secou há tempos.
Nunca vão funcionar
como antes.

Sou como um mosquito
viciado em veneno,
viciado em outras palavras.
Não vão matar,
talvez entorpeçam,
e tornem a luz das cidades
mais brilhantes do que a
iridescência binocular de minha alma.

Desconecto do seu interior
para desemborcar
uns versos como
se urinasse numa piscina,
ou como uma senhora que
lava a calçada,
a água nunca acaba?

As fontes pararam de
jorrar ha tempos.
nenhum tipo de formatação
vai me livrar de 
um anúncio per-verso como este:

O desconector foi conectado.



"deus ex machina" - BH - foto: Eduardo Guimarães

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